"Criar é organizar, lutar contra a potência do espírito desordenado. Criar beleza é opor a graça à força caótica da fealdade. [...] a beleza se acha confundida na desordem do caos que se mistura ou se misturou à criação divina. [...] Quem sabe se o caos não é se não a memória dos homens, a sua multiplicidade, as diferenças abissais que separam uma alma de outra e todas do conhecimento supremo. Esquecemos?"
Ana Hatherly
em 57, ano IV, n.° 9, Lisboa, Set. 1960, p. 6 e 10. Disponível aqui.
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Poeta, ensaísta, investigadora, artista plástica e tradutora, Ana Hatherly, pseudónimo literário de Ana Maria de Lourdes Rocha Alves, nasceu na cidade do Porto em 1929. Licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa, doutorada em Estudos Hispânicos pela Universidade de Berkley, foi uma das fundadoras do PEN Clube Português. Frequentou a tertúlia do grupo da Filosofia Portguesa, chegando a colaborar no jornal 57 (1957-1962), dirigido por António Quadros. Nos anos 60 e 70, com Ernesto de Melo e Castro, cria o grupo de Poesia Experimental. Em 1960 edita a antologia Caminhos da Moderna Poesia Portuguesa, onde, por sinal, figura António Quadros e publica, entre outras obras, Um Ritmo Perdido (1958), 39 Tisanas (1969), Um Calculador de Improbabilidades (2001), Fibrilações (2005), A Idade da Escrita e outros poemas (2005).
Traduziu A Voz Secreta das Mulheres Afegãs, de Bahodine Majrouh; O Peão Agressivo, de Robert Littell; Férias de Agosto, de Pavese; Cinco Meditações Sobre a Existência, de Nicolau Berdiaev; Antologia poética, de Gunnar Ekelöf; A Europa durante a Reforma, de Geoffrey Rudolph Elton; Dicionário Infernal, de Collin de Plancy; O Amor e o Ocidente, de Denis de Rougemont; Sade, Meu Próximo, de Pierre Klossowski; Imagística do espaço fechado na poesia de Fernando Pessoa, de Leland Robert Guyer; O Vagabundo do Dharma, de Han-Shan; A Vénus de Kazabaïka, de Sacher-Masoch; Ouve-nos senhor do céu que é a tua morada e Através do Canal do Panamá, ambos de Malcolm Lowry; etc.
Recebeu diversos prémios pela sua actividade literária. Em 1978 foi galardoada pela Academia Brasileira de filologia do Rio de Janeiro com a medalha Oskar Nobiling, em 1998 obteve o Grande Prémio de Ensaio Literário da Associação Portuguesa de Escritores, em 1999 o Prémio de Poesia do P.E.N. Clube Português; e, em 2003, o Prémio de Poesia Evelyne Encelot, em França.
Traduziu A Voz Secreta das Mulheres Afegãs, de Bahodine Majrouh; O Peão Agressivo, de Robert Littell; Férias de Agosto, de Pavese; Cinco Meditações Sobre a Existência, de Nicolau Berdiaev; Antologia poética, de Gunnar Ekelöf; A Europa durante a Reforma, de Geoffrey Rudolph Elton; Dicionário Infernal, de Collin de Plancy; O Amor e o Ocidente, de Denis de Rougemont; Sade, Meu Próximo, de Pierre Klossowski; Imagística do espaço fechado na poesia de Fernando Pessoa, de Leland Robert Guyer; O Vagabundo do Dharma, de Han-Shan; A Vénus de Kazabaïka, de Sacher-Masoch; Ouve-nos senhor do céu que é a tua morada e Através do Canal do Panamá, ambos de Malcolm Lowry; etc.
Recebeu diversos prémios pela sua actividade literária. Em 1978 foi galardoada pela Academia Brasileira de filologia do Rio de Janeiro com a medalha Oskar Nobiling, em 1998 obteve o Grande Prémio de Ensaio Literário da Associação Portuguesa de Escritores, em 1999 o Prémio de Poesia do P.E.N. Clube Português; e, em 2003, o Prémio de Poesia Evelyne Encelot, em França.
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