terça-feira, 28 de maio de 2013

O 3° livro de uma grande obra incompleta

O terceiro volume do livro  "Portugal, Razão e Mistério" ficou incompleto. António Quadros nunca o conseguiu escrever. Está disperso por várias páginas dactilografadas. É um puzzle pequeno, mas muito difícil de reconstruir. Parte da obra foi, no entanto, imaginada. Seria sobre os mestres Álvaro Ribeiro, José Marinho e sobre todos os amigos da Filosofia Portuguesa a quem queria prestar um último tributo. No que diz respeito ao título, é muito provável que se viesse a chamar "Saudade da Pátria Prometida". Outros nomes foram rasurados e muitas muitas páginas foram rasgadas. António Quadros já estava doente e apesar de ter muitas ideias para o livro nunca o conseguiu compôr mentalmente para uma grande obra. Viveu aliás com esse fantasma durante vários anos. Tinha receio que o terceiro volume não correspondesse à qualidade dos anteriores. Em cartas que enviou na época partilha tudo isto. O tão esperado terceiro livro, pode ser desenhado mais pelo que projectou, do que pelo que efectivamente António Quadros redigiu.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Nunca encerrado

"Quem conheceu António Quadros sabe bem a singularidade da sua atitude – de um homem de verdadeiro diálogo, nunca encerrado sobre qualquer posição de superioridade ou de certeza. E se, para entendermos o pensamento, precisamos de conhecer os pensadores, a verdade é que o humanismo e a proximidade eram características que o tornavam alguém para quem o ato de pensar tinha a ver com a necessidade de nos compreendermos e aproximar-nos mutuamente. (...)"

Guilherme d'Oliveira Martins
Texto completo aqui.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Pentecostes

"Para a cultura portuguesa a festa do Pentecostes tem uma importância especial. As celebrações do Espírito Santo são um sinal do «humanismo universalista», de que falou Jaime Cortesão, e devem ser recordadas como uma exigência de esperança, de liberdade e de igualdade. A coroação de quem não tem poder, uma criança normalmente, a abertura dos Impérios do Espírito Santo e a vivência comunitária de uma refeição de que todos são beneficiários sem exceção (desde a sopa do Espírito Santo à massa sovada, passando pela alcatra e todas as iguarias) são a prefiguração de um tempo de reconciliação e de paz, a que nenhuma sociedade ou pessoa pode renunciar. (...) 
Como lembrou António Quadros, «há uma poderosa relação desta cerimónia com o Sermão da Montanha» e acrescentava: «o Império do Espírito Santo será também aquele em que nada do que é espiritual, nas sete partes do mundo e ao longo dos milénios, poderá perder-se. Não será um Império por amputação, mas um Império por acréscimo: acréscimo do Espírito de Verdade em todos e cada um dos modos de diálogo do humano com o divino, e de valorização do humano na sua dimensão integral». Essa era, aliás, para o Padre António Vieira a verdadeira «chave dos profetas», não confundível com um projeto político ou de conjuntura, mas como uma aspiração universalista de paz e de justiça. (...)" 

Guilherme de Oliveira Martins
"Pentecostes", 19 de Fevereiro de 2013, publicado aqui.

domingo, 19 de maio de 2013

Em tempos como estes

"A cultura é normalmente relegada para segundo plano numa imprensa que hoje abusa da crise económico-financeira, das tricas políticas e das frivolidades sociais. Assim, infelizmente, há notícias que passam ao lado do grande público. A celebração de um dos grandes vultos da cultura nacional contemporânea não deve ser algo relegado para um punhado de académicos. Pelo contrário, merece a nossa maior atenção enquanto portugueses que se preocupam com o destino da Pátria. (...) Em tempos como estes, de grande indecisão e ausência de referências, fazem-nos falta pensadores deste calibre. (...)"
Duarte Branquinho 
Editorial da edição de «O Diabo» de 2 de Abril de 2013.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A improbabilidade tornou-se facto

"António Quadros frutificará, germinando a semente que deixou. A improbabilidade tornou-se facto. (...)" 

José António Barreiros
Testemunho apresentado no âmbito do 
Colóquio Internacional António Quadros (Maio de 2013)
Pode ser lido aqui.