terça-feira, 23 de outubro de 2012

Daquilo que dizemos

“Não é a língua que é a pátria, mas sim aquilo que dizemos”.

 Jorge Semprúm 
 A Escrita ou a Vida (ASA,1995)

Meu caro Ângelo

"Nesta terra de analfabetos e homens de letras, em geral muito abaixo dos analfabetos, os que pensam com dor e profundeza, os que sentem pensando e passam sentindo, passam ignorados ou mal conhecidos pela parte episódica da sua vida. É assim que todo o meu labor filosófico, todo o meu trabalho emotivo, ainda há pouco, você o sabe, foram esquecidos para me emprestarem nos jornais uma fisionomia de político, com amigos políticos ( votos?! ) e tudo. Isto tem o seu lado trágico: bem mostra como é difícil inscrever no espaço ( «objectivar», em linguagem filosófica ) a verdadeira máscara da nossa intimidade. Já pensou, meu amigo, como somos diferentes na apreensão alheia e como na opinião que os outros de nós fazem é a mão brutal da fatalidade a deformar o modo essencial do nosso ser? A flor da consciência é a mais trémula e hesitante, mal pode abrir as melindrosas pétalas no vendaval que a brutaliza. (...)" 

 Leonardo Coimbra em carta a Ângelo Ribeiro, 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Uma Faculdade toda ao contrário

"De vez em quando sucedem milagres, se Deus os consente e neles se empenham os homens. Num país de ensino rotineiro, com mais interesse pela nota e pela autoridade do catedrático do que respeito pela ciência e liberdade de discernimento pessoal, surgiu a Faculdade de Letras do Porto, que era toda ao contrário, inimiga da burocracia e fosse do que fosse que pudesse lembrar Coimbra e seus malefícios de séculos e incitadora de descoberta própria mais do que de aprendizagem febril, bem longe de ser a escola técnica de profissionais de ensino em que se transformaram as outras." 

 Agostinho da Silva 
"Alguma nota sobre Casais"
Cadernos de Filsofia Literária, Araraquara, São Paulo (1974)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Centenário do nascimento de Luigi Panarese (1912-2012)



Licenciado em Filologia Moderna pela Universidade de Nápoles, Luigi Panarese foi um destacado vulto dos estudos luso-brasileiros do século XX e o primeiro tradutor de Fernando Pessoa em Itália. Mais sobre Panarese aqui


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O mais alto e o mais perfeito modo de liberdade

"A vida é digna de ser vivida na plenitude integrante ou reintegrante de cada acto, desde que se assuma o conceito de que o amor é o mais alto e o mais perfeito modo de liberdade." 

António Quadros