Mostrar mensagens com a etiqueta Agostinho da Silva. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Agostinho da Silva. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 23 de março de 2015

A jovem não escondeu o seu desapontamento

"Formávamos uma pequena multidão. Pelo menos, deve ter sido assim que para nós olhou a rapariga que, naquele momento, se acercou do grupo. Forasteira, teria cerca de 20 anos e vinha ao fresco, vaporosa, balnear, esperançada na réstia de um Verão a destempo face à iminência da hora em mudança. 
Quis saber o que ali se iria passar. Dissemos-lhe que já se tinha passado. (...) Alguém lhe terá então falado da homenagem prestada a Agostinho, do lançamento do livro com as suas cartas para António Telmo. E a palavra filosofia, naturalmente, veio à baila. A jovem não escondeu o seu desapontamento perante o quadro: – Filosofia??!! quase protestou, envolvendo o desdém da pergunta num esgar de desconsolo. Esperaria talvez poder assistir à projecção de um filme, suplemento prazenteiro à inopinada vilegiatura, e deparara-se afinal com um bando plúmbeo de monos dissecadores de alfarrábios. Em suma: uma seca! 
Não obstante, reteve o nome de Agostinho: – Agostinho da Silva? Mas ele ainda é vivo? – indagou. Paciente, proficientemente, esclarecemo-la, explicando-lhe que a apresentação das Cartas de Agostinho da Silva para António Telmo constituíra, justamente, uma comemoração, entre outras, em que Sesimbra foi aliás pródiga no ano passado, dos vinte anos da sua partida. Para o nosso desespero ser completo, veio ainda uma terceira questão: – E a filosofia dele era estilo quê? Tipo Platão? 
Mais disse a suave rapariga outonal ser aluna do IADE, em Lisboa. Muito gostaria de lhe ter feito a pergunta que então me não ocorreu: se acaso sabia quem tinha fundado a escola que frequentava? Imagine o leitor que se trata de um filósofo, para mais um filósofo português, de seu nome António Quadros. Este amigo de António Telmo e Agostinho da Silva, regressado à pátria após uma estada no Brasil, onde fora realizar conferências, foi o núncio do convite que o segundo, com Eudoro de Sousa, dirigira ao primeiro para se lhes juntar, em Brasília, como professor da Universidade onde os dois então pontificavam. Corria pelo meado a década de sessenta. E o resto é sabido. (...)
Por muito que custe à excelente moça balnear, parece haver sempre uma opção filosófica depositada nos gestos, mesmo os mais pequenos, só na aparência insignificantes, com que urdimos as teias das nossas vidas. Quando Agostinho da Silva virava costas ao mergulho nas ondas do mar a seus pés, e com estes de abalada se afoitava a calcorrear os morros que circundam a cova funda, para visitar o amigo Rafael Monteiro na sua casa castelã, estava por certo a fazer uma escolha, tão escorada no sentimento como no pensamento. E quando António Quadros congeminou o desígnio, entre nós pioneiro, de criar uma escola de arte e decoração que viria a concretizar em 1969, facultando aos estudantes portugueses um curso de Design de Interiores e Equipamento Geral concebido sob padrões internacionais de vanguarda, bem sabia que as imagens não raro decidem das ideias por que guiamos os nossos passos. (...)"

Pedro Martins, aqui.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Pelos vencidos

"Não te poderás considerar um verdadeiro intelectual se não puseres a tua vida ao serviço da justiça; e sobretudo se te não guardares cuidadosamente do erro em que se cai no vulgo: o de a confundir com a vingança. A justiça há-de ser para nós amparo criador, consolação e aproveitamento das forças que andam desviadas; há-de ter por princípio e por fim o desejo de uma Humanidade melhor; há-de ser forte e criadora; no seu grau mais alto não a distinguiremos do amor (...)" 

Agostinho da Silva, “Pelos vencidos”, 
Considerações [1944], in Textos e Ensaios Filosóficos I, p. 112.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Ensaio para uma teoria do Brasil

"Não me parece que no futuro cultural do Brasil a filosofia, tal como a entendemos até hoje, venha a ter uma grande importância, possivelmente porque há uma íntima contradição entre os seus objetivos e os seus métodos; de fato não se pode fazer filosofia como tanta vez se tem tentado, com o resultado de se produzir apenas literatura e da pior, sem métodos rigorosamente discursivos, em que sempre intervém como peça fundamental a distinta existência dum sujeito e dum objeto; mas a meta última de um verdadeiro impulso filosófico, como doutrina de compreensão ou doutrina de salvação, é a de se atingir um estado em que se apresente uma última realidade não dicotômica na qual nos incluamos, ou ela nos inclui a nós; por outras palavras, procuramos um sujeito ou pelo menos um ser em que se fundam sujeito e objeto, o que significa que há um ponto além do qual é impossível avançar em filosofia por métodos filosóficos; e aqui aponta, por um lado, o misticismo, por outro a filosofia apenas vivida, não sistematizada, que tem sido característica da nossa gente comum. (...)"

Agostinho da Silva
Espiral, Ano III, n.os 11-12, Lisboa, 1966

A multidão dos fracos é cada vez de tentação maior

"O que, porém, sucede, é que se entretêm demais os artistas, e nada julgam ser se o não fizerem, com filosofias que apenas têm como origem o não se saber, o não se pensar e o não se querer; esteticismos de sobremesa substituem o rancho de trabalhar e produzir; nas conversas de sociedade de bom tom se diluem os caracteres que só o silêncio e o isolamento poderia dignamente martelar; toma-se o tranquilizante para afastar angústia que tão bem-vinda seria como sinal de Deus; bebe-se porque se está triste, não para celebrar a alegria; ninguém mais sabe estar de pé ou andar a pé: cadeira e automóvel se redesenham, se aperfeiçoam; e a multidão dos fracos é cada vez de tentação maior para o domínio dos ousados sem escrúpulo (...)"

Agostinho da Silva
Espiral, Ano I, n.os 4/5, Lisboa: 
Tipografia Peres, 1964-1965, p. 24-36

O Brasil como se projeta

"O Brasil não poderá nunca ser o guia e o instaurador de uma cultura de verdadeira convivência, entre os homens e dos homens com o mundo, de verdadeira liberdade, que não é apenas a liberdade política, mas igualmente a liberdade econômica, a liberdade de agir como ser físico independentemente das reais ou supostas fatalidades do universo, e de liberdade de criação poética, quer essa poesia seja a de uma interjeição lírica, ou a de uma equação ou a de um motor melhor que Diesel, sem que entenda que isso é conhecer como se formou, a partir das três grandes correntes do índio, do português, do africano, como age no seu presente, depois de ter assimilado tanto outro grupo imigratório e de se ter posto em contacto com tantos outros povos do mundo, e sobretudo como se pensa, ou fantasia, ou se projeta para seu futuro, quanto aos indivíduos que o compõem, quer sejam os de um São Paulo, técnico e metropolitano, quer os de um Nordeste que só agora começa libertando-se de ser uma colônia do referido São Paulo. Se é que São Paulo não vai tentar que continue seu regime colonial por meio de um neocapitalismo disfarçado em nacionalismo econômico. (...)"

Agostinho da Silva
Cadernos de Estudos Brasileiros, Goiânia: 
Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Federal de Goiás, 
nº 1, outubro de 1963, p. 29-34

O brasil que os estrangeiros não conhecem

"No entanto, basta que o observador, pondo de lado os livros das bibliotecas eruditas, e os quadros dos museus ou exposições eruditas, e as reuniões dos homens eruditos, que com tanta frequência se exportam ao estrangeiro, viaje pelo interior de Rio Grande ou Minas ou atravesse os sertões do Nordeste e se demore com alguma atenção no estudo daquela gente que um dia alimentou o Brasil, ou lhe deu as primeiras bases daquele barroco que é apenas um dos aspectos de um maior barroco atlântico tão demorado em surgir, ou afirmou em Canudos, morrendo, o seu direito a originalidade, basta o conhecimento embora ligeiro daquele Brasil que se recusa a julgar seu destino, esperar no cais o último e louco ditame de além-mar, para entender como está inteiramente errado o Brasil que os estrangeiros conhecem e, por outro lado, para perceber como assenta em bases inteiramente brasileiras uma literatura como a de Mário de Andrade ou uma arquitectura que, no melhor, já vai unindo a abstracção e o barroco. (...)"

Agostinho da Silva
57, Lisboa, n.º 5, setembro de 1958

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Não vale a pena

“Só vale a pena discutir com as pessoas com as quais já estamos de acordo quanto aos pontos fundamentais; só aí se mantém, na pesquisa, a fraternidade essencial; tudo o resto é concorrência, batalha, luta pelo triunfo; não menos reais por serem disfarçados.” 

Agostinho da Silva
via Grupo de Investigação de Pensamento Português da UL

sábado, 11 de outubro de 2014

A bebida dava-lhes a facilidade de esquecerem


"Não nos interessa neste momento saber se haverá redenção para tal queda e se algum dia se poderá vol­tar à Idade de Ouro, com o fim da guerra à natureza que tem sido a existência histórica da humanidade, com o fim da escravidão dos homens e da submissão de mulheres e de crianças; o que importa fixar agora, para que possamos compreender a essência do teatro, tal como ele se nos apresenta surgindo na Grécia, é que houve uma separação entre a natureza humana e o comportamento humano, que se trocou a espontaneidade pela regra, a alegria pelo sacrifício, a natureza pela sociedade; se não receássemos ir longe demais, diríamos que se trocou o instinto pela razão ordenadora; houve uma quebra entre os impulsos mais profundos e a necessária vida social; foi-se obrigado a remar contra a corrente do rio e só em raras ocasiões pôde o homem voltar a esse profundo, íntimo, identificante contato com o mundo natural. 
Uma dessas ocasiões era a festa das colheitas, so­bretudo a da vindima; é o momento em que o homem tem ante si os frutos prontos ao consumo e em que se dá como que a renovação do milagre antigo de haver sempre à disposição de todos os alimentos necessá­rios; tudo o que fora trabalho, disciplina, ciência e es­forço organizado, tudo desaparecia e se esquecia diante da colheita que vinha garantir um ano mais de existência. E espontaneamente surgiam os cantos e as danças, os cortejos ruidosos; Dionísio, deus dos instin­tos e da natureza, quebrava a calma, a serenidade, e o racional saber de Apolo; com a fabricação do vinho, as festas foram um grau mais alto, porque a bebida lhes dava a facilidade de esquecerem, não a vida, mas a morte lenta e contínua em que andavam mergulha­dos; e era bebendo que eles reencontravam a vida verdadeira, a outra, a da alegria sem limites, a da ir­responsável liberdade, a dos instintos sem grilhões. Com o vinho, porém, não só se estava usando para reentrar em contato com a natureza, dum meio não natural, o que era contraditório, como também, com o despertar da embriaguez, mais duramente se sentia a estreiteza do mundo real, do mundo social, daquele em que se tinha de viver. 
O conflito entre o apetite e o de­ver punha-se ainda duma forma mais aguda; o que era a festa de Dionísio, o que era reatar dos laços que se tinham quebrado, não se conseguia ver livre do domínio, da presença, da paradoxal sombra de Apolo. Na realidade, dadas as condições de vida que existiam, o homem nada mais conseguia fazer que não fosse um conflito perpétuo entre a força do instinto e a da inteligência previsora, entre a fusão completa com a natureza e a distinção entre um sujeito que pensa e um objeto que é pensado. (...)"

Agostinho da Silva
A Comédia Latina

sábado, 26 de julho de 2014

Somos bons a empurrar

"Empurra-se o menino, empurra-se o adolescente, empurra-se o adulto: somos todos uns excelentes pedagogos: empurramos. (...)"

Agostinho da Silva 
Dispersos (1989)

Cabeças cúbicas/bestas quadradas

"O que fazemos é criar cabeças cúbicas. E nós perdemos essa memória do cúbico, o que dizemos é que a maior parte das vezes, a pessoa sai da escola sendo uma besta quadrada."

 Agostinho da Silva 
Namorando o amanhã (1996), p.44

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Uma Faculdade toda ao contrário

"De vez em quando sucedem milagres, se Deus os consente e neles se empenham os homens. Num país de ensino rotineiro, com mais interesse pela nota e pela autoridade do catedrático do que respeito pela ciência e liberdade de discernimento pessoal, surgiu a Faculdade de Letras do Porto, que era toda ao contrário, inimiga da burocracia e fosse do que fosse que pudesse lembrar Coimbra e seus malefícios de séculos e incitadora de descoberta própria mais do que de aprendizagem febril, bem longe de ser a escola técnica de profissionais de ensino em que se transformaram as outras." 

 Agostinho da Silva 
"Alguma nota sobre Casais"
Cadernos de Filsofia Literária, Araraquara, São Paulo (1974)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Do amor

"Tenhamos sobre nós a disciplina que se origina não do medo dos coronéis, mas do amor e da apetência das cavalarias que aí vêm. Se renunciarmos, o faremos, não por falta de paixão, mas porque outra mais alta nos prendeu. Aprendamos a reunir o abandono que nos descansa com o tenso esperar do momento de acção. Tratemos o nosso corpo com o cuidado amor do atleta que se prepara, e façamos dele o perfeito instrumento para que cumpramos o nosso primeiro dever: o de durar."

Agostinho da Silva
Revista «Espiral», 8/9 (dir. de António Quadros), 1965.

terça-feira, 27 de março de 2012

Acrata

Agostinho da Silva
"[Agostinho da Silva] seria um anarquista em estado puro, se tal não implicasse, na evolução semântica da própria palavra, a recusa da arquias, ou seja dos princípios sagrados. Mas, se não é um anarquista é decerto um acrata, desconfiado perante todos os poderes e prisões deste mundo. (...) Sem teologias, que a seu ver dividem; sem filosofias, que a seu ver complicam. É um magistério, o seu, do despojamento, da abertura total da alma e da disponibilidade do espírito, da recuperação, assim, do que da virtualidade infinita da infância os homens esqueceram. (...) O que será no fim é o que é desde origem. Dizem-lhe que é utópico, que tal não é realizável neste topos ou neste espaço, o mundo sublunar. Responde que a utopia não é o irrealizável, mas o que ainda não se realizou."

António Quadros
"Agostinho, Álvaro, Marinho: três mestres -  um testemunho", 
em Memórias  das Origens, Saudades do Futuro (1992), p. 312.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Carta de António Quadros a Agostinho da Silva

"Meu querido Amigo:

(...) Ando a ver neste momento se consigo acertar o ritmo para a minha existência quotidiana e com aquela ordem de prioridades que seja por um lado a mais consentânea com a minha personalidade (...) e por outro lado com o que é mais urgente eu tentar aqui e agora, a partir da perspectiva em que me vejo colocado. (...) Tenho andado por aí a bater contra as paredes. E o meu método tem sido nadar tanto quanto possível na corrente (...) não para me deixar levar por ela, mas para tentar desviá-la de dentro. Há os que se lhe opõem frontalmente; há os que se isolam, na prossecução de uma obra profunda e que por si própria se imponha, sem cedências de diálogo e sem os compromissos de acção.
Cada um é como é. Eu sou do signo Caranguejo. Outra metáfora seria: ladeio, em vez de ir directamente e claramente ao fim; ladeio, parece que recuo, dou uma volta, faço figura de ambíguo, ou de opaco, ou de desajeitado, ou de pouco firme. (...) Contudo sou persistente. (...) Sei que o meu caminho não é certamente o melhor. É o meu, unicamente porque é o que posso tomar. (...)
Que fazer, pois?
Pois, evidentemente continuar.
(...)"

António Quadros, 8 de Março de 1976
em resposta a uma carta de Agostinho da Silva de 9 de Fevereiro do mesmo ano.
cf. António Quadros, A Arte de Continuar Português (1978) pp 191-203.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

No 75º aniversário da Renascença Portuguesa


19 de Dezembro de 1987
Da esq. para a direita - António Quadros, Agostinho da Silva, José Augusto Seabra, António Braz Teixeira e Alfredo Ribeiro dos Santos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

António Quadros e a Cultura Luso-Brasileira


"Quadros demonstrou, ao longo de cerca de quatro décadas de produção, uma simpatia muito grande pelo Brasil, participando, inclusive, junto com brasileiros, da criação do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira. Em 1965 fez a sua primeira viagem ao Brasil, a convite do compatriota Agostinho da Silva, quando proferiu conferências sobre Filosofia e Cultura Portuguesa na recém-fundada cidade de Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1975, é nomeado professor convidado na Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, onde participa do mestrado em Filosofia Luso-Brasileira por convite de Francisco da Gama Caeiro, então exilado no Brasil. Esses contactos não foram aleatórios. No livro "A Existência Literária" Quadros acredita no papel singular no cenário mundial de uma comunidade luso-brasileira, em suas rotas de encontros de tradições e esperanças. (...) Numa iluminogravura dedicada a António Quadros, revelando sua amizade e admiração, Ariano Suassuna explora as imagens das "duas pedras", da "onça malhada" e de uma "caravela". Além disso, compõe um poema chamado "A Viagem - com mote de Fernando Pessoa". Ao se apropriar de elementos portugueses, Suassuna reelabora-os, dando-lhes um carácter brasileiro. São significativas as "duas pedras", pois remetem à Pedra do Reino Encantado, obra tão admirada por António Quadros, e mais do que isso, chama-nos a atenção também a caravela, pois, ao invés de uma bandeira portuguesa, ela tem, no mastro, uma bandeira brasileira."



Joel Carlos de Souza Andrade
"António Quadros e a Cultura Luso-Brasileira:
O escritor como um missionário.", em D'aqui e D'além Mar I, 
Editora da Universidade Federal de Campina Grande (2010)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ano Lectivo 1927-1928 da Faculdade de Letras do Porto



1ª fila, sentados da esquerda para a direita.

Professores:
Humberto Pinto de Lima (História Antiga)
Artur de Magalhães Basto (Arqueologia)
Aarão de Lacerda (Estética e História da Arte)
Teixeira Rêgo (Filosofia portuguesa)
Mendes Correia (Geografia)
Leonardo Coimbra (Filosofia)
Damião Peres (História de Portugal)
Hernâni Cidade (Literatura Francesa)
Ângelo Ribeiro (Literatura Alemã)
Newton de Macedo (Filosofia)
(ao lado deste, sentado nos degraus, o aluno José Walter da Fonseca Vasconcelos.)


2ª fila:

O aluno Torquato de Sousa Soares, o Professor Paulo Querette (Francês prático), a aluna Judite, outra aluna, a aluna Ana Cardim, filha do professor Luís Cardim e chefe da secretaria, aluna Maria da Assunção de Sá Cortez, outra aluna Maria do Rosário Machado Soares de Oliveira e Sousa, aluna Celeste Canijo Teixeira, mais cinco alunas, Sant'Anna Dionísio (de sobretudo).

3ª fila:

Um aluno, dois empregados, seis alunas, o aluno finalista (de chapéu) George Agostinho da Silva, aluna Alice Brandão Ramos (casaco escuro, gola de pele clara), duas alunas, aluna Laura Pinheiro Costa, três alunas, aluna Fernanda Matos Cunha, aluna Maria Guilhermina Ricca Gonçalves, duas alunas, Professor Francisco Torrinha (Latim), professor, (talvez) Hass Hemig, (Alemão prático), Professor Luis Cardim (Literatura Inglesa), com pasta debaixo do braço e bengala.


4ª fila:

Oito alunos, cinco alunas, três alunas, entre as duas últimas e um pouco mais atrás, o aluno Delfim Pinto dos Santos, ao mesmo nível e um pouco mais atrás, o aluno Fernando Pamplona, à frente e entre ambos, o aluno Adolfo Casais Monteiro, de óculos, ao alto dos degraus um empregado e o aluno (talvez?) Álvaro Ribeiro.

Fotografia e indicações concedidas a Dalila Pereira da Costa, por Maria Guilhermina Ricca Gonçalves, em 9-01-1990.


*via Biblioteca Agostinho da Silva.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ao Agostinho da Silva


"Ao Agostinho da Silva, querido Amigo e Mestre de Ser e de Pensar em Portugal-pátria e em Portugal-Universo com um grande abraço o seu dedicado António Quadros, Maio de 1986"

terça-feira, 15 de junho de 2010

Uma oficina é um templo

"4 - Deus não exige de nós nenhum culto; prestamos a nossa homenagem a Deus, entramos em contacto pleno com o Universo, quando desenvolvemos a nossa Inteligência e o nosso Amor: um laboratório, uma biblioteca são templos de Deus; uma escola é um templo de Deus; uma oficina é um templo de Deus; um homem é um templo de Deus, e o mais belo de todos. Todos podemos ser sacerdotes, porque todos temos capacidades de Inteligência e de Amor; e praticamos o mais elevado dos cultos a Deus quando propagamos a cultura, o que significa o derrubamento de todas as barreiras que se opõem ao Espírito. Estão ainda longe de Deus, de uma visão ampla de Deus, os que fazem consistir o seu culto em palavras e ritos; mas dos que subirem mais alto não pode haver outra atitude senão a de os ajudar a transpor o longo caminho que ainda têm diante. Ninguém reprovará o seu irmão por ele ser o que é; mas com paciência e persistência, com inteligência e com amor, procurará levá-lo ao nível mais alto. [...]" O resto aqui.
Doutrina Cristã
Agostinho da Silva (1941) edição do autor

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Da Felicidade

"Não creio que se possa definir o homem como um animal cuja característica ou cujo último fim seja o de viver feliz, embora considere que nele seja essencial o viver alegre. O que é próprio do homem na sua forma mais alta é superar o conceito de felicidade, tornar-se como que indiferente a ser ou não feliz e ver até o que pode vir do obstáculo exactamente como melhor meio para que possa desferir voo. Creio que a mais perfeita das combinações seria a do homem que, visto por todos, inclusive por si próprio, como infeliz, conseguisse fazer de sua infelicidade um motivo daquela alegria serena que o leva a interessar-se por tudo quanto existe, a amar todos os homens, apesar do que possa combater, e é mais difícil amar no combate que na paz, e sobretudo conservar perante o que vem de Deus a atitude de obediência ou melhor, de disponibilidade, de quem finalmente entendeu as estruturas da vida."
Agostinho da Silva
Aproximações
Guimarães Editores, (1960) p.51