terça-feira, 28 de junho de 2011

O génio romano na poesia lógica da justiça

"A inspiração da Poesia do Direito de Teófilo Braga vem da descoberta de que “o direito romano na sua primeira idade foi um poema sério”, conforme as palavras de Giambattista Vico. No dramático mundo jurídico ostentou-se criador em extremo o génio romano na poesia lógica da justiça, representando a acção da vida civil em actus legitimi, que a poética dos jurisconsultos, heróis das fórmulas conhecedores da poesia da jurisprudência, encenava no fórum, dispondo as personagens em actos, com a litigância em debate, lances, peripécias e catástrofe, a executar com escrúpulo religioso (si virgula cadit, caussa cadit). Na Idade Média a poesia do direito teve uma renovação no seu ricorsi e a igreja, como observa Teófilo, veio mesmo a dar ao direito uma nova poesia: “Cada acto da vida do homem revestiu-o de uma bênção, de um hino. Desde as belas fórmulas do baptismo, do casamento, até ao repouso da sepultura, é tudo a poesia do sentimento puro. A poesia do Direito na Idade Média realça pela união do símbolo religioso com o símbolo jurídico”.

Rodrigo Sobral Cunha,
aqui.


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Rodrigo Aguiar Sobral de Alexandre Cunha nasceu em Lisboa no dia 9 de Fevereiro de 1967. Frequentou o curso de Direito na Universidade Clássica de Lisboa, mas licenciou-se em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa. Fez ainda estudos musicais no Instituto Gregoriano de Lisboa e foi responsável por várias disciplinas tanto no ensino secundário como universitário.  Apresentou diversas comunicações, nomeadamente, "Agostinho da Silva, o pensamento contemporâneo e o futuro de Portugal: debate sobre uma Proposição", por ocasião da comemoração do aniversário da morte do filósofo ou "O Viajante", no âmbito do colóquio A Obra e o Pensamento de António Telmo.

Publicou, entre outras obras, Visitação dos SóisO Orvalho da MontanhaDa Flor do MundoO Livro do Azul da Terra, A Teoria Silvestrina da Harmonia do Universo, e, mais recentemente, Filosofia do Ritmo Portuguesa.  É actualmente investigador da UNIDCOM/IADE e membro do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, fundado em Julho de 1992 por António Quadros, António Braz Teixeira, Afonso Botelho, entre outros.

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