terça-feira, 5 de julho de 2011

A liberdade de culto

"Quem, como eu, advoga a liberdade de culto, não pode deixar de sentir uma emoção em reverência, pela religião antiga, pagã (a religião dos campos, mas também das cidades), resistente a tudo, metamorfoseada em santos e templos, mas ainda viva (tão viva quanto os seus ídolos) respondendo às necessidades mais íntimas dos seres humanos.
(...)
Por uma vocação monoteísta, muitos dos estudiosos sempre evocaram a influência judaica, cristã e muçulmana na cultura portuguesa. Poucos tiveram a ousadia de colocar o paganismo como o outro elemento para a formação da nossa cultura (talvez o mais forte, por ter sido o primeiro). Sejamos nós, tal como eles, suficientemente audazes para, também por aí, dirigirmos os nossos estudos. Ou, pelo menos, a nossa curiosidade."

Alexandra Pinto Rebelo
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