"Não sabemos se há Deus? Não temos um critério de verdade que digira os nossos actos? Procedamos como se Deus existisse, como se o Estado fosse justo, como se a razão pura tivesse em si a garantia de uma autenticidade. Por outras palavras, e encarando o problema do ponto de vista político: como se o maior número, ou a razão social, constituíssem o selo da verdade; como se o super-homem, ou a razão da vontade, justificassem o direito pela própria virtude da vontade mais forte; como se o indivíduo, ou a razão psicológica fossem justificados em fazer prevalecer, contra o mundo, a superioridade do «ego»; ou ainda como se um futuro ou a razão histórica constituíssem critério para o drama dirigido do presente."
António Quadros
A Existência Literária (1959), p.118
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