terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pensar-estar


"Pensar não é uma parte de ser isolável das categorias ou acidentes da substância, isolável da estância, pensar participa também da estância. Não eu penso, logo sou; mas eu penso como sou e estou, ou como sou, estando; o meu pensar é um pensar-estar, por muito que seja um pensar, na filosofia, possuído da paixão de saber, que é paixão de ultrapassar as condições categoriais, de transcender o estar e atingir a substância, o que sub-está e daí o o que é e ultimamente O que é, o Ser sem relativo, a que os religiosos chamam Deus. Mas aos humanos só foi dado, só é porventura dado, pese à ilusão do progresso científico totalizante, um aproximar-se múltimodo, relativo, sempre distanciado, embora evolutivo, da verdade almejada. (...)"

António Quadros
A Filosofia Portuguesa, de Bruno à Geração do 57 seguido de o Brasil mental revisitado, extraído do n.º 42/43 (Julho/Dezembro 1987) da Revista Democracia e Liberdade).

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