"O espírito dos livros (...) desapareceu entre revoadas de detritos vocabulares, de alarvidades administrativas, de foleirice educacional. Ouvir hoje falar os acossados e infelizes professores de todos os níveis de ensino, (que dantes incutiam a droga fulgurante da leitura), é assistir a um desfile de inépcias, a um esquecimento conduzido por fotocópias, à sufocação por ordenados que mal dão para sobreviver quanto mais para se descobrir em hábitos de conhecimento, à amargura de seres a si mesmos despromovidos, incapazes de gosto porque amordaçados por tempos infames e destruidores em tarefas imbecis, entre gente submetida à maldição de um Ministério medíocre (...)"
Joaquim Manuel Magalhães
Um pouco da morte, Editorial Presença (1989) p. 294
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