"(...) O final feliz para a humanidade é uma espécie de arranjinho optimista que atraiçoa o poder profético da obra. Mas toda a acção do homem prossegue no sentido contrário: um combate sem tréguas ao amor, o vírus da humanidade de onde brotam perigosíssimos sentimentos, atitudes, valores como a solidariedade, a amizade, a liberdade, enfim o respeito pelo outro, pela sua diferença. O mundo deslumbrante que pretendemos é um mundo padronizado, sem lugar para a diferença, um mundo de relações causa-efeito sem espaço para o improviso, sem espaço para os acidentes, sem direito ao acaso. Este mundo em que hoje vivemos está repleto de gente que luta arduamente por um mundo desses, e luta a ponto de prescindir das suas vidas, são tirantes com lugar de chefia à frente de empresas, instituições, e espalham como podem, propagam como conseguem, os valores cristalizantes do seu mundo virtual. Um mundo virtual que ameaça engolir o mundo real, o mundo dessas pessoas que Babycakes Romero fotografa como quem regista as pinturas rupestres do futuro."
Henrique Manuel Bento Fialho
"As máquinas não fazem greve", aqui.
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