"Experimentamos, agora, maiores dificuldades, devido ao facto de Álvaro [Ribeiro] e [José] Marinho nos terem surgido, desde o início, como vias complementares. Admitimos, mas com sinceridade, tal dificuldade, por sabermos como é difícil penetrar no âmago ou no secreto, da crença, que, sem discurso claro, nem absolutamente clarificável, move e caracteriza o filósofo. (...) O tempo há-de confirmar, ou não, a aproximação profunda entre os dois filósofos até agora mais comparados pela diferença dos seus perfis. É, evidentemente, clara a distinção entre os modos de filosofar de um e outro. (...) Conforme já afirmámos, como verdade da antropologia, todo o homem surge como um ponto de novidade insubstituível no qual o interrogar assume carácter necessário para todo o sentido de assumir o universo, enfim, como um virtual autor de novas e decisivas revelações.
Tanto Álvaro como Marinho recusam a existência de uma lógica pura decorrente de definir a lógica como arte de pensar. Não é a arte de pensar mas a arte de exprimir pelo logos o pensamento como afirmar Álvaro Ribeiro e não pode afirmar-se pura pois, se assim fosse, constituir-se-ia como "ciência acabada das formas, relações e conexões do pensamento finito" conforme afirma José Marinho. (...)"
João Luís Ferreira
As Duas Vias (1994)
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