"Ora tu conheces bem o que eu penso do espiritismo. Penso que é um erro confiar nesse processo, porque é a subordinação da liberdade da transcendentalidade à vontade prepotente do homem. Eis porque os resultados das comunicações mediúnicas não correspondem nunca às esperanças e tudo se passa ao nível da vulgaridade, com mensagens pessoais que nada adiantam acerca do outro lado, a maioria das vezes resultantes, ou de burlas, e nem vale a pena falar nisso, ou de fenómenos psíquicos de sugestão ou de auto-sugestão (...). A transcendentalidade guarda e guardará a sua virgindade. A nossa curiosidade é impotente. (...) A transcendentalidade é insusceptível de estupro. Oferece-se, coqueteia connosco; faz-nos negaças. Mas a conquista é impossível. (...) Um caixeirola frívolo faz dançar uma mesa pé de galo. Os espíritos têm de acudir prestes, a aturar as massadorias do marçano ocioso."
António Quadros
[e Sampaio Bruno, entre o texto]
[e Sampaio Bruno, entre o texto]
em Uma Frescura de Asas (1990)
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