Anrique Paço d'Arcos e Teixeira de Pascoaes |
"A sua obra [de Anrique Paço d'Arcos] situa-se, sem dúvida, na esfera pascoalina do lirismo saudosista e simbolista. (...) Não é o arrebatamento sem limites, não é o poder mitogénico, não é o estilo torrencial, não é a poderosa dialéctica de sombra e de fogo, do autor de Marános, de Regresso ao Paraíso, de Elegia do Amor, porque é, digamos, um saudosismo mais humano e por isso também mais frágil, mais voltado para dentro, mais interrogativo. (...) A sua poética permanece a de um simbolismo neo-romântico, marcado pelo saudosismo e pela procura de um sentido religioso para a vida, para o cosmos e para o homem.
Mas há na sua obra uma exemplaridade de que talvez não se dê conta. É a exemplaridade do que é autêntico, do que é sério e do que se liga profundamente às raízes da sua própria identidade ou do próprio ser. (...) O itinerário de Anrique Paço d'Arcos é, no fim de contas, uma peregrinação na noite, mas com a luz do divino no horizonte."
António Quadros
"Um herdeiro dilecto de Teixeira de Pascoaes: Anrique Paço d'Arcos"
em Estruturas Simbólicas do Imaginário na Literatura Portuguesa (1992), pp. 140-143
[do artigo "A Poesia de Paço d'Arcos" publicado na revista Tempo de 27.5.1982]
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