"Koestler nasceu na Hungria, filho de pai húngaro e mãe austríaca, mas a sua verdadeira pátria é a humanidade, pois não há nos seus livros nenhuma tradição nacional. Muito novo, foi para a palestina, onde, aos vinte anos, era correspondente de uma agência alemã. Estudou em Viena, entre outros ofícios, foi assistente de um arquitecto, e em Haifa, no Próximo Oriente, vendeu limões na rua. Depois instalou-se em Paris como jornalista e aí aderiu, em 1930, ao partido comunista. Como intelectual predominante da extrema esquerda, foi convidado pelos sovietes para visitar a U.R.S.S., estando muito tempo no Turquestão, na Ucrânia, mas principalmente em Kharkov e em Moscovo. Voltou desiludido e escreveu várias reportagens, como por exemplo, O Mito e a Realidade soviética e O fim de uma ilusão, em que ataca o regime da U.R.S.S. (...) Devido ao êxito das suas reportagens e da sua manera desassombrada de ver as coisas, foi enviado a Espanha durante a guerra civil, em 1936, pelo News Chronicle. Aí foi preso e condenado à morte como comunista perigoso, mas, devido aos esforços da Inglaterra, conseguiu ser trocado por uma alta personalidade e foi libertado. (...) Foi solto, preso de novo, e, nos fins de 1940, conseguiu chegar a Inglaterra através, como quase todos, de Lisboa. (...)"
António Quadros
"Arthur Koestler, um produto desta guerra", Modernos de Ontem e de Hoje
Portugália Editora (1947), pp.235-237
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