"A violência realista e dramática de Erskine Caldwell não é, pois, um grito de ódio contra uma classe. É, de preferência, um grito de ódio contra a humanidade em geral. Caldwell é um desiludido. Sabe que as circinstâncias podem modificar inteiramente os indivíduos. Sabe - e prova-o a todo o momento - que o homem pode ser um cão ou um deus, conforme as circunstâncias que o rodearem. Todavia, A Casa no Planalto demonstra que ele sabe também que as circunstâncias não são tudo. (...) O mesmo meio decadente produziu um degenerado Brady e um humanissímo Ben Baxter. E Erskine Caldwell revolta-se, e todos os seus livros são revoltas. Revoltas contra uma organização social que permite o emprego de negros à laia de animais de carga. Revoltas contra a condição humana que, mesmo quando não é escrava das circunstâncias, é-o para si própria. (...)"
António Quadros
"A tragédia de Erskine Caldwell", Modernos de Ontem e de Hoje
Portugália Editora (1947), pp. 204-205
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