sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A figuração sensível da viagem


"A figuração sensível da viagem é a de um movimento realizado por um viajante que se desloca de um lugar para outro. Geometricamente, é a de um ponto que se desloca numa linha ou que vai formando a linha na medida em que se desloca. (...) Muitos imaginam assim a filosofia: temos um mundo conhececido e bem iluminado, o mundo sensível ou o mundo das noções imediatas e depois uma zona de penumbra onde começa o desconhecido. (...) Não há pontos firmes e toda a dificuldade está em movermo-nos onde não há lugar."

António Telmo
"Dois filósofos portuenses e a simbólica do Porto", 
em Nova Renascença, (III),  nº8, 1982, pp.  386-388.

Homem da Renascença

"(...) Homem da Renascença me sinto, efectivamente, por quanto recebi do magistério de Leonardo Coimbra, cuja obra venho estudando, interpretando e amando há muitos anos; de Jaime Cortesão e de Aarão de Lacerda, ambos tão presentes, assim como de Agostinho da Silva (...) de Fernando Pessoa, que na Águia se estreou publicamente com a sua famosa visão do saudosismo como um transcendentalismo panteísta e cuja obra de poesia e prosa tive ocasião de organizar por duas vezes e de estudar, em livros, prefácios, conferências, etc. E enfim de Leonardo Coimbra, no plano do pensamento filosófico, bem como dos seus discípulos directos, meus mestres e amigos, que tanto me transmitiram do seu verbo e do seu espírito, especialmente Álvaro Ribeiro, José Marinho e Delfim Santos (...) [a Renascença Portuguesa] a meu ver permanece o mais importante movimento cultural do século XX português."

António Quadros
"Leonardo Coimbra e os seus discípulos" em Nova Renascença, (III),  nº29, 1988
(Conferência proferida em 16-12-87 na Fundação António de Almeida,
Porto, no 75º Aniversário da «Renascença Portuguesa»)