quarta-feira, 29 de junho de 2011

Espólio de Delfim Santos doado à Biblioteca Nacional

O espólio do filósofo e pedagogo Delfim Santos (1907-1966) foi doado à Biblioteca Nacional de Portugal pelos herdeiros do escritor representados pela viúva, Doutora Maria Manuela Hanemann Saavedra de Sousa Marques Pinto dos Santos.

Delfim Pinto dos Santos, natural do Porto, licenciou-se em Ciências Histório-Filosóficas na Faculdade de Letras do Porto, onde teve como mestre Leonardo Coimbra e por condiscípulos Agostinho da Silva, Álvaro Ribeiro, José Marinho ou Santana Dionísio.
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terça-feira, 28 de junho de 2011

O génio romano na poesia lógica da justiça

"A inspiração da Poesia do Direito de Teófilo Braga vem da descoberta de que “o direito romano na sua primeira idade foi um poema sério”, conforme as palavras de Giambattista Vico. No dramático mundo jurídico ostentou-se criador em extremo o génio romano na poesia lógica da justiça, representando a acção da vida civil em actus legitimi, que a poética dos jurisconsultos, heróis das fórmulas conhecedores da poesia da jurisprudência, encenava no fórum, dispondo as personagens em actos, com a litigância em debate, lances, peripécias e catástrofe, a executar com escrúpulo religioso (si virgula cadit, caussa cadit). Na Idade Média a poesia do direito teve uma renovação no seu ricorsi e a igreja, como observa Teófilo, veio mesmo a dar ao direito uma nova poesia: “Cada acto da vida do homem revestiu-o de uma bênção, de um hino. Desde as belas fórmulas do baptismo, do casamento, até ao repouso da sepultura, é tudo a poesia do sentimento puro. A poesia do Direito na Idade Média realça pela união do símbolo religioso com o símbolo jurídico”.

Rodrigo Sobral Cunha,
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Rodrigo Aguiar Sobral de Alexandre Cunha nasceu em Lisboa no dia 9 de Fevereiro de 1967. Frequentou o curso de Direito na Universidade Clássica de Lisboa, mas licenciou-se em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa. Fez ainda estudos musicais no Instituto Gregoriano de Lisboa e foi responsável por várias disciplinas tanto no ensino secundário como universitário.  Apresentou diversas comunicações, nomeadamente, "Agostinho da Silva, o pensamento contemporâneo e o futuro de Portugal: debate sobre uma Proposição", por ocasião da comemoração do aniversário da morte do filósofo ou "O Viajante", no âmbito do colóquio A Obra e o Pensamento de António Telmo.

Publicou, entre outras obras, Visitação dos SóisO Orvalho da MontanhaDa Flor do MundoO Livro do Azul da Terra, A Teoria Silvestrina da Harmonia do Universo, e, mais recentemente, Filosofia do Ritmo Portuguesa.  É actualmente investigador da UNIDCOM/IADE e membro do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, fundado em Julho de 1992 por António Quadros, António Braz Teixeira, Afonso Botelho, entre outros.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O Bebedor Nocturno de Herberto Helder

"[Herberto Helder] apresenta versões livres, e esplendidamente realizadas, cheias de força e beleza poéticas, que são autênticas recriações. Esta experiência, única entre nós, restitui-nos, utilizando todo o valor expressivo da língua portuguesa, o essencial de grandes obras de poesia, tesouro da humanidade em tensão para a verdade, para o bem e para o belo; desde poemas do antigo Egipto até aos salmos bíblicos, desde os hinos órficos até aos poemas Zen, desde a poesia maya até às líricas árabes, desde os haikais japoneses até às canções tártaras. Livro maravilhoso, que merecia uma melhor edição."

António Quadros
ficha de leitura para as Bibliotecas Itinerantes 
6 de Maio de 1968

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Carta de António Telmo a Pedro Sinde

«Estremoz

15 de Fevereiro de 2002

Meu caro Pedro Sinde

(…) Pela tertúlia é que se evita o solipsismo e se traz a transcendentalidade ao plano da humanidade convivente. Já vê, dizendo isto, como estou de acordo consigo onde fala com evidente perplexidade da “tendência para a fuga deste mundo”. É espantoso que também eu me pus a ler pela terceira vez o Diário de Guerra de Ernst Junger para fugir às leituras que só nos falam do outro mundo. Não viemos nós à vida para conhecermos a vida, sendo embora bem certo que sem o sentimento da presença do incognoscível no mundo imediato não há verdadeiro conhecimento. Como vê, só o que faço é repetir o que me diz na sua carta com as minhas palavras? (...)»

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Pedro Sinde nasceu no Porto em 1972. Conheceu António Telmo em Estremoz corria o ano de 1997. Dirigiu com Joaquim Domingues a revista Teoremas de Filosofia e publicou, entre outras obras,  Velho da Montanha - A Doutrina Iniciática de Teixeira de Pascoaes (2000); Terra Lúcida – A Intimidade do Homem Com a Natureza (2005); A Montanha Mística / Cartas da Prisão ( 2007); O Canto dos Seres: Saudade da Natureza (2008).

segunda-feira, 6 de junho de 2011

XXI Festa do Espírito Santo na Arrábida

"Não é o Rei que é coroado Imperador. Não é sequer a autoridade local ou o Bispo, ou o sacerdote paroquial. É o pobre, é a criança, é o que visivelmente está carenciado da plenitude de ser homem, pela condição social ou pela idade. E aqui se simboliza como é à face da carência que nos pode surgir em horizonte, em ideal, em aspiração e em promessa decidida, o cumprimento da promessa infinita que cada homem traz consigo à nascença e cuja realização a existência em sociedade lhe dificulta até à negação."

António Quadros
Portugal Razão e Mistério I (1986)