Romana Valente Pinho, no 1º número da revista «Nova Águia» sobre António Quadros (p. 90-93)
António Quadros: Pátria Real e Pátria Imaginária
"Na esteira de Luís de Camões, António Vieira, Sampaio Bruno, Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Leonardo Coimbra, Raúl Leal, Fernando Pessoa, José Marinho, Álvaro Ribeiro e Agostinho da Silva, António Quadros (1923-1993) defende que a nação portuguesa na sua essência (...) é dotada de um echaton, de uma razão teológica, que consiste num diálogo ou numa dialética entre o humano e o divino: «Talvez nenhuma história humana, como a portuguesa, em seu esplendor, em seu claro-escuro e em seu negrume, seja tão dramaticamente exemplar desta dialéctica.» (...) E nem poderia ser de outra forma, porque os povos não são iguais, diferem pelo seu composto étnico, pela língua que falam, pela estrutura cultural em que se enquadram, pela sua religião ou religiões dominantes, pelas vicissitudes da sua história particular, pelo seus sistema de ideias, mitos e tendências afectivas, pelo seu ritmo evolutivo segundo um modelo próprio embora implícito, aliás adequado à substância específica da sua realidade humana e social, enfim pela revelação que a todos os níveis lhes é concedido em sua experiência de ser. (...)"
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