Devo-lhes tudo. Nós todos pertencíamos a esse grupo, mas em vez de um Mestre, como é costume, tínhamos dois. E os dois entendiam-se, olhavam para a mesma estrela mas os caminhos não eram os mesmos. Então aquilo fazia com que nós tivéssemos que estar sempre a ligar um ao outro, a ver como a coisa se ligava ou como se separava e isso exigia uma agilidade mental que se ia desenvolvendo até com o convívio, com o convívio com eles. Enquanto que o José Marinho falava muito, o Álvaro Ribeiro falava muito pouco, e tudo isso nos colocava num ambiente de grande veracidade. Todas aquelas coisas que preocupam os adolescentes, o amor e a relação com Deus, tudo isso aprendi ali com eles. Aprendi a clarificar a minha posição perante a Igreja, perante a Maçonaria, perante a política, e escrevi os meus livros. Embora os meus livros sejam originais porque não seguem nenhum deles, seguem… olhando também para a mesma estrela.
De uma entrevista de Américo Rodrigues a António Telmo para a Revista Praça Velha.
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