O meu nariz não te respira,
Os meus ouvidos não te ouvem,
O meu paladar não te apercebe,
Os meus dedos não te tocam,
Onde estás tu, Deus, que não te sinto?
A minha imaginação não te inventa,
O meu subconsciente não te revela,
A minha lógica não te deduz,
O meu espírito não te ensina,
A minha inteligência não te compreende,
Onde estás tu, Deus, que não te sei?
A minha paz precisa-te,
A minha ignorância busca-te,
A minha alma chama-te,
A minha fé espera-te,
A minha vida suplica-te,
Onde estás tu, Deus, que não te encontro?
António Quadros, Além da Noite, Parceria António Maria Pereira, 1949, p.127
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