sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

“[...] resta apenas uma saída: a de ficar só, completamente só em si mesmo e a de nessa solidão se manter firme, não cedendo um ponto. Evidentemente que foram movimentados todos os meios para obstruí-la: o trabalho obrigatório é, talvez, o mais poderoso, na medida, por exemplo, em que nos força a ocupar-nos naquilo pelo que não só não temos qualquer interesse, mas que está organizado de modo a moldar-nos interiormente num certo sentido que não é, certamente, o da liberdade. Além disso, estar só é quase insustentável, mas isso é também o sinal de que pode constituir um caminho."

António Telmo
 História Secreta de Portugal,
“Últimas reflexões de um profano”, p. 162.
Via as 101 cartas de Pedro Sinde

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