"É, de entre os livros de Sarte, o mais belo. E é porventura o mais verdadeiro, porque, fiel até ao fim ao seu pensamento, provando-o mesmo à luz impiedosa da expressão autobiográfica, todavia ousa concluir contra si próprio. […] Concluído o grande empenho racionalista de desmistificação da existência, cuja chave psicológica nos oferece de mão beijada nesta obra, o severo denunciador dos símbolos, das fábulas e das crenças, o exigente moralizador em nome de uma impossível ética dessacralizada, olha-se agora ao espelho e eis que se vê, ele próprio, mito, ele próprio ser pensante, escritor sagrado que não se dera conta da impostura."
António Quadros
Ficção e Espírito (1971), pp. 212-13.
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