"Quando em 1966 José-Augusto França pergunta por carta a Jorge de Sena se ele «– Soube da morte (coração) do Delfim Santos, em Setembro?», o autor dos Sinais de Fogo respondeu: «– Soube, sim, da morte do Delfim Santos. Mais outro que morre de frustração portuguesa». Certamente evocava o Poeta o amor tão pouco retribuído dele próprio e de Delfim à cultura, ao pensamento e às letras portuguesas – um e outro aguardam ainda o reconhecimento que lhes é devido, entre tantos motivos, pelo seu pioneirismo, pela sua ousadia, pela sua frontalidade e sobretudo por essa tão fértil atitude de exemplar inconformismo e perdurável esperança, sempre iludida e sempre forçosamente adiada, num Portugal que pudesse ser realmente digno dos seus escritores e pensadores. "
Filipe Delfim Santos
em "Correspondência 1943-1959",
Guerra e Paz (2012) p. 26.
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