António Quadros - o perfil de um pensador, por João Ferreira
Trata-se de um dos mais ativos e produtivos escritores portugueses do século XX. Oriundo de uma família de intelectuais, teve em seu pai Antônio Ferro, amigo de Fernando Pessoa e editor do primeiro número da Revista “Orpheu” e na mãe, a poetisa Fernanda de Castro, incentivadores para uma avançada cultura, erudição e apego às letras. Nascido em Lisboa em 1923, freqüentou em sua juventude, a Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa onde ganhou o diploma de Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas. Sua trajetória de intelectual e de escritor, começou muito cedo. Foi um dos fundadores dos jornais de cultura Acto (1951), 57 (1957) e da revista Espiral. Tornou-se um dos diretores do Serviço e Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, sucedendo a Branquinho da Fonseca e a Domingos Monteiro com quem trabalhou desde o início deste serviço. Foi um dos organizadores e membro da primeira direção da Sociedade Portuguesa de Escritores.Como poeta, ficcionista, crítico, pensador, filósofo e cientista da cultura, cultivou com brilho a literatura de idéias. É claro que os arquivos da família Ferro, a Biblioteca Nacional de Lisboa, o Centro Nacional de Cultura, as editoras Europa-América, Lello & Irmão Editores e Publicações Dom Quixote, e os testemunhos dos membros ainda vivos do grupo da Filosofia Portuguesa e seus amigos intelectuais deverão ter ainda muitas memórias, informações e um rico arquivo bibliográfico para enriquecer sua memória. Apesar de estarmos longe dos arquivos lusitanos, vamos tentar agregar, mesmo assim, alguns dados ao alcance do nosso conhecimento para que não se prolongue por mais tempo na Internet o injusto vazio da memória desta grande figura da cultura portuguesa do século XX.
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