"Debruça-se, calado, sobre um livro.
O gesto é lento, os olhos sérios, quietos.
Antes como depois, morte e silêncio.
Que ficou desse instante satisfeito,
Cheio de um pensamento definido,
De um sonho a realizar-se, de um ideal?
O vento levou tudo, varreu tudo.
Murmurou por momentos um adeus,
- ou seria o lamento das folhagens?,
E logo foi varrer outros destinos...
Não é triste, poeta? Esta lágrima
É o movimento, o instante: tem-no a ele,
E a um cortejo de sombras, infinito.
Adeus, amigo, o vento vem aí..."
António Quadros, Viagem Desconhecida
2 comentários:
viajante
brisa
errante
como nós
Forte,
de embalado semblante.
Brisa
nem sempre fresca, refrescante.
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