"Viajar é despertar cada minuto para a curiosidade do minuto seguinte. Posse do espaço e anulação do tempo. Nunca nos relaxamos, nunca nos abandonamos. Levamos o nosso corpo e o nosso pensamento à prova de mil reagentes desconhecidos. Vibrantes, os elementos passam em nós ao estado de turbilhão. Ressurge o entusiasmo juvenil de inesperadas sensações estéticas ou de inéditos amores. Quando a paisagem se imobiliza à nossa volta, precipitamo-nos vertiginosamente para o fim do movimento. Mas se a paisagem começa a correr diante de nós, atrás de nós, através de nós, porventura nos ficaremos num eterno presente sem idade, dominando o tempo e o travo da solidão. (...)"
António Quadros
"A Aventura",
em Histórias do Tempo de Deus (1965)
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