"Articulou uma palavra, escutou um eco interior, teve um sobressalto, um momento de temor, logo uma esperança ou a suspeita de uma esperança, apontando ao futuro sem fronteira e sem morte. Levantou-se, saiu de novo para a praça. O sol queimava. Começou a andar vagarosamente para o hotel. Quase sem transição, sentiu a alegria de estar vivo, e de poder viajar, e de poder regressar. Mas não seria propriamente um regresso, porque nunca se regressa. Tudo era velho e tudo era novo. Tudo era conhecido e tudo era desconhecido. O mundo, o mesmo e outro, era agora uma apaixonante proposta de aventura. (...)"
António Quadros
"A Aventura",
em Histórias do Tempo de Deus (1965)
Sem comentários:
Enviar um comentário