"A Renascença Portuguesa chegou a editar um modesto quinzenário que pretendeu exprimir as relações da nova cultura com a nova política. A essa revista efémera foi dado o significativo título de «Princípio», na qual a esquecida palavra «República» era substituída pela palavra «Democracia», termo de incerteza semântica nas discussões dos políticos de tendências várias e contraditórias. No quarto e último número deste periódico, visado pela censura militar, ainda foi inserto um esperançoso anúncio do boletim francês da «Sociedade das Relações Culturais entre a U.R.S.S. e o Estrangeiro».
Leonardo Coimbra absteve-se de dar a colaboração prometida ao novo periódico de renovação democrática. Não concordava com os tópicos de uma doutrina extremista, assimilada facilmente por adolescentes sem experiência politica. Amenamente fazia a crítica de alguns artigos que considerava teoricamente adversos à distinção entre o Mal e o Bem, polos recíprocos da liberdade e da justiça."
Álvaro Ribeiro
Memórias de um Letrado III pp. 36-37
Guimarães Editores (1980)
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